terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Arte de escrever

 Pensar pra escrever? Escrever pra pensar? Por que tudo tem que ter uma razão para existir? E por que tudo tem que ser racional?

 Dizem que o poeta não pensa antes de escrever, mas o escritor sim. E se o escritor for poeta, o poeta jornalista e os três forem uma pessoa só?

 O bom senso e as circunstâncias costumam reger o ser humano em sua deontologia. Mas no seu hobby e na sua arte está implícita a exceção à regra. E quando esse ser triplo, múltiplo, esquece de ser ele mesmo, mesmo que seja mais de um, tudo pára, ele trava e a sua criação desanda. 

 Talvez pensar demais seja o problema. Na arte da criação, o menos pode ser muito mais. O autor se liberta quando não pensa no leitor, quando não lembra das regras, quando esquece que também é pai, filho, namorado, profissional, colega, vizinho e que pressupõe que tem alguma "valiosa reputação" a zelar.

 Medir palavras na hora da criação? Já fiz e faço muito isso. É um processo involuntário. Será que vem dos hábitos da profissão, do trauma da prova ou só das travas implícitas de uma mente que aprendeu a se limitar? Não sei. Pode ser tudo isso ou nada disso. Mas hoje não!

 Assim nasce a arte, a que eu gostaria de chamar de genuína, não que de outra forma seja falsa, mas se eu quiser achar eu posso, porque por ora, eu sou a escritora, poeta, jornalista e tudo junto. E como eu disse, o verdadeiro artista pode tudo quando se liberta, inclusive ser presunçoso.
    
  
   

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