domingo, 20 de março de 2011

Virtual ou real?

“De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.”

William Shakespeare

Não és falso, Shakespeare, temos que concordar que continuas a ser poeta.

E realmente ainda não sabem amar aqueles que desistem na primeira pedra que aparece no meio do caminho. Mas também é bom lembrar que nem todas as pedras são apenas impecilhos. É preciso ter uma maior sensibilidade pra reconhecer o fim.

Quantas vezes já não nos deparamos com a velha obsessão e os cacos daquilo que chamávamos de "amor" e que não existe mais há séculos? E a coragem de dar fim ao que talvez nunca tenha existido de verdade que fica sem dar as caras?

Não fiquemos enrolados com nossas próprias ilusões, elas só atrapalham e ofuscam a visão clara no espelho da realidade.

Quem sabe um dia aprendamos a discernir a imagem real e virtual do espelho.

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