domingo, 3 de abril de 2011

A partida e o amor que fica

     Hoje estava conversando com minha amiga Paulline, e ela estava comentando sobre a morte do cachorro da sua amiga Jú, falava de como nos apegamos aos bichinhos, aos outros. E eu logo perguntei a idade que ele tinha. Parei, me observei e comecei a escrever este parágrafo, que espero que vire um texto interessante.
     Sempre perguntamos a idade que alguém tinha quando morreu. Como se isso fosse amenizar ou piorar o sofrimento. Como se os parâmetros de cedo ou tarde fizesse alguma diferença, mesmo que psicológica ou ilusória.
     Talvez não estejam entendendo muito bem o que quero dizer, mas a questão que estou tentando apontar é para o que valeu a pena. Tendo sido um dia, um mês ou um século de vida, não vai fazer diferença. O que fará e que deve fazer é o tamanho da marca que foi deixada no seu coração neste tempo.
      Ninguém passa despercebido por alguém, seja um “bom dia”, um “boa noite”, uma missa, uma semana no acampamento, um curso superior inteiro juntos, ou mesmo um casamento. Todos somos o resultado de milhares de convivências ao longo da vida, somos nós e mais o outro. Nem que seja somente a conseqüência da atitude alheia.
      Então, à Jú, e a todos nós que vivemos pelos encontros, desencontros, estadas, estadias, permanências e partidas de quem amamos, choremos, mas de saudade e não por qualquer outro motivo. E por mais clichê que pareça, e é, (mas às vezes precisamos deles), choremos alegres porque a cada partida fica a lembrança do amor que sustentava e te sustentará diante da falta.

2 comentários :

  1. Lindo texto, amiga. Passei para a Ju.
    Obrigada.
    Bjs!

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  2. Oi, Vanessa :)
    Lindo o texto mesmo, muito obrigada pelas palavras. Ele passou toda a vida dele e metade da minha me dando amor, alegria e algumas mordidinhas todos os dias. A marca que ele deixou foi enorme e, como vc disse, teria sido assim mesmo se a nossa convivência tivesse sido menor ou maior. Vou amá-lo sempre por esses momentos e por ter sido o cachorro mais chato e presente do mundo.
    Brigada de novo pelo post, foi muito bom lê-lo. :)

    Beijos

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